Sofrer...

A alma não teria arco-ires se os olhos não tivessem lagrimas.

John Vance Cheney

Sofrer eis a questão... Será que existe um sofrimento bom? A dor que invade nossa alma, apertando nossos órgãos nos fazendo ficar sem ar, com certeza não é boa. A parte boa é que enquanto conseguirmos sentir essa dor é sinal de que ainda estamos vivos, o sofrimento acompanhará o homem por longas datas quase que como a morte, é inevitável, pode parecer então que viver realmente é um inferno como dizem muitos por ai, mas não é nada disso o sofrimento é o caminho para saber amar de verdade, não esse amor que achamos que conhecemos, mas um amor infinito, o amor que um dia nos foi ensinado pelo grande Mestre dos Mestres.

É muito mais fácil aprender com a dor, quase sempre as melhores e maiores lições que temos da vida vem dela, precisamos aproveitar esse sofrimento para tirar o máximo de sabedoria que pudermos somente uma mãe que perdeu um filho pode realmente consolar uma nova mãe que acaba de passar pela mesma situação, pois ela realmente vai saber o que a outra sente, e consolar alguém não é um ato de amor, doar-se em tempo e abraço para um semelhante não é uma forma de caridade tão sublime, talvez bem maior que do que qualquer tipo de doação que o dinheiro paga? O amor toma o lugar da dor e faz vibrar um sentimento único de paz em nossa alma quando fazemos o bem para outro, doar-se ao próximo de coração nos faz sentir a verdadeira felicidade bem dentro de nos.

Nosso momento difícil, nossas aflições, angustia todas essas sensações que quando dentro de nos parecem nunca mais terminar nos faz ter experiência, ficamos mais sábios para compreender aqueles que também sofrem ao nosso redor, nos torna mais humano para ser fraternos com os semelhantes, nos faz chegar um pouco mais perto do que realmente é o amor incondicional.

Claro que quando estamos dentro da dor é quase impossível enxergar a tal luz no fim do túnel, mas ela existe e sempre vai existir, tudo nessa vida passa, vai passar... Essa dor vai passar e o importante é sabermos o que vamos levar dela, podemos optar por levar o arco-íris e fazer de nossos sentimentos um campo de flores cheirosas e coloridas ou ficar com as nuvens sombrias e barulhentas escondidinhas dentro de nossa mente aonde vamos todos os dias dar uma espiadinha e sentir uma dor maior.

Penso que se Jesus foi torturado e crucificado e mesmo no ápice da dor pediu para que fossemos perdoado, quem nos somos?  Qual o tamanho de nosso sofrimento? Será que somos vitimas da vida e dos outros? Quem causou nosso sofrimento?   

Que não se seque suas lágrimas porque se secaram os rios de sua alma.

Pedro Ortiz